28 de setembro de 2012

Área urbana com animais silvestres. O quê fazer?



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Folheto explicativo que está sendo distribuído aos estudantes à população de Araras/ RJ.
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Texto e fotos: Ana Cristina de C. RibeiroCoordenadora de Atividades da ONG AnimaVida.


AnimaVida começou um novo trabalho de conscientização visando preservar os animais silvestres que estão se aproximando das áreas urbanizadas do Centro Histórico e do distrito de Araras. Como muitos de vocês já sabem, nossa cidade está vivendo um momento especial com diversos animais silvestres se aproximando dessas áreas. Com as capivaras, todos já estamos acostumados, mas com onças pardas e jaguatiricas a história é diferente.

CAPIVARAS
Quanto às denúncias feitas ao Ministério Público Federal referente à caça das capivaras e captura de seus filhotes, vamos buscar a posição da Promotoria na próxima semana. Mas, de qualquer forma, já devemos ficar alertas sobre o comércio da carne desse animal. Sabemos que ela é muito apreciada e, para aqueles que a consomem, saber a origem e cobrar a legalidade da mesma é fundamental.

FELINOS SILVESTRES
Já com relação à onça (suçuarana) e à jaguatirica, a coisa é um pouco diferente, já que elas estão entrando nos quintais para se alimentar de pequenos animais domésticos. Sabemos que são vários os motivos que podem levá-los a essa aproximação, mas o mais provável é a falta de cuidados com o lixo doméstico. Nossa cidade está com problemas na coleta do lixo, que não tem sido feita regularmente. Com isso, as calçadas ficam lotadas de sacos de lixo e, consequentemente, de ratos. Como Petrópolis é uma cidade cravada no meio da Mata Atlântica, com diversas unidades de conservação, acabamos sendo, quase todos, vizinhos dos silvestres. Os pequenos roedores estão no cardápio dos felinos selvagens. É óbvio que, entre andar quilômetros para caçar uma presa e dar uma chegadinha ali na esquina para comer uns ratos bem gordinhos, eles vão preferir a segunda alternativa (a famosa Lei do Menor Esforço). 


Ponto da Rua José Bonifácio, onde uma jaguatirica foi vista,
com lixo espalhado pela calçada.

No caso da jaguatirica, ela ainda encontrou pelo caminho um galinheiro com diversas galinhas d'Angola. A festa foi completa. O problema é que anda correndo um boato que alguns moradores estão colocando armadilhas para caçar a bichinha. E conhecendo o bicho homem, não deve ser para boa coisa.

Galinheiro invadido pelo felino


Alguns falam em realocá-la, mas essa não é a solução. Ao lado das casas onde esses felinos estão aparecendo existem matas com diversos outros animais silvestres que lhes servir de alimento. Os felinos precisam de muito espaço nas matas para circular e buscar alimentos. A captura pode gerar um estresse enorme no animal e para quê? No novo local para onde for enviado ele poderá ter problemas de adaptação, pois não sabemos se será bem aceito pelos da mesma espécie que lá já vivem. Além disso, esses novos lugares também terão áreas urbanizadas ao redor, com galinhas, patos, coelhos e... lixo espalhado e ratos. Ou seja, só estaríamos mudando o endereço do problema. Nós, humanos, estamos, sistematicamente, invadindo a casa desses animais.


Trabalho dentro do Colégio Estadual de Araras, com jovens na faixa etária de 14 a 20 anos.


Por isso, a única coisa a ser feita é tentar conscientizar o pessoal que vive nessas áreas. Já começamos a trabalhar com crianças e jovens nas áreas que circundam as reservas biológicas de Araras e de Tinguá. No Centro Histórico, numa parceria com a Secretaria do Meio Ambiente, começamos a fazer contato com moradores e seus empregados. Nessas abordagens, explicamos os possíveis motivos da aproximação e damos dicas para a proteção dos animais domésticos. Em paralelo, os guardas ambientais (GPA) estão indo regularmente ao local, entrando pelas trilhas para ver se encontram as tais armadilhas e para marcar presença com os moradores, na tentativa de intimidar os "valentes".







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